sábado, 31 de agosto de 2013

A agricultura no desenvolvimento socioeconômico de Cabo Verde

Ananda Bomfim
Bruna Tomáz
Ednangelo Duarte
Evanir Brasil
Rafaela Arruda
Rafaelly Aguiar 
Segundo MURTEIRA;ABREU (1990) “O desenvolvimento global da economia de Cabo Verde nos últimos anos foi muito positivo, contrastando fortemente com a evolução geral da região sub-saariana, de sentido regressivo. Assim, em termos reais, a economia cresceu a 6% ano em 1980/86, e o consumo privado a 6,5% em média anual no mesmo período. A situação climática foi um fator decisivamente importante para a excepcional produção agrícola em 1987/88, no entanto, estes indicadores não permitem ignorar a extrema vulnerabilidade da economia, dada a incipiência do seu sistema produtivo (esta, por seu turno, derivada em larga medida da escassez de recursos materiais) e a sua forte dependência da ajuda externa. Esta financia mais de 80% do investimento do País. Neste ano, ainda, a assistência técnica contou para cerca de 1/4 da ajuda externa, enquanto a ajuda alimentar representou apenas 1/6 daquela ajuda. De notar que essa assistência está fortemente concentrada nos setores sociais (Saúde, Trabalho e assuntos Sociais e Educação) e também no setor Desenvolvimento Rural e Pescas.
 É nestas condições que Cabo Verde se situa a um nível médio de “desenvolvimento humano”, na classificação de recente publicação do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), (Quadro I), embora a base material da economia seja extremamente precária” 
Quadro I: Indicadores de “desenvolvimento humano” em Cabo Verde



Cabo verde


África sub-saariana

Países em desesenvolvimento
 
Esperança de vida à nascença (1988)
65
51
62
Taxa de alfabetização dos adultos (1988)
50
48
60
Calorias em % das necessidades (1984/86)
125
91
107
População com acesso a água potável (1985/87) (%)
69
37
55
PNB p.h. (1987)
500
440
650
IDN*
0,53

*Indicador de desenvolvimento humano, combinando elementos relativos à esperança de vida à nascença, à taxa de alfabetização e à garantia dum nível mínimo de rendimento. Varia entre 0 e 1.
Fonte: “Rapport Mondial sur le Developpement humain” 1990, PNUD, ONU.

“Em termos de perspectivas a longo prazo, com todas as incertezas que rodeiam cálculos desta natureza, em particular numa economia tão pequena e vulnerável ao exterior como Cabo Verde, a questão crucial a colocar respeita obviamente ao confronto população/recursos. Os Quadros II, III e IV traduzem cenários possíveis (e nalguma medida desejáveis) da evolução até ao fim do século. O quadro II baseia-se em projeções da ONU, os Quadros III e IV em projeções realizadas pelos serviços competentes de Cabo Verde no âmbito da preparação do II Plano Nacional de Desenvolvimento (1985-90). Selecionamos as projeções que distinguem a evolução da população nos meios urbano e rural, uma vez que essa distinção clarifica o possível papel da agricultura no desenvolvimento socioeconômico do País.

Quadro II: Projeções da população urbana e rural

População em 1990 (106)
             Taxas anuais de crescimento (%)




P. urbana
P. rural


      U
    R
85/90
90/95
95/2000

85/90
90/95
95/2000

Mundo
2260
3032
2,47
2,55
2,55

1,19
1,07
0,83

Países em Desenvolvimento
1373
2698
3,59
3,59
3,51

1,39
1,25
0,97

África
202
410
5,24
5,08
4,83

2,04
1,98
1,86

Cabo Verde
0,233
0,146
5,67
4,79
3,91

-1,05
0,16
1,38

Angola
2,836
7,184
5,57
5,41
5,15

1,68
1,68
1,65

Guiné-Bissau
0,304
0,684
4,60
4,62
4,56

1,06
1,11
1,12

Moçambique
4,190
11,473
9,03
7,63
6,28

0,75
0,53
0,45

Fonte: “Étude sur l’economie mondiale”, 1990, ONU, p. 148. Com base em World Population Prospects, 1988, ONU
Em 1990, apenas 39% da população vivem em zonas rurais, segundo as estimativas da ONU, enquanto 10 anos antes (Quadro III) essa população seria de 61%. Não sabemos em que medida os dados são comparáveis, dada à diversidade das fontes, mas vários indicadores sugerem forte redução da população rural na década decorrida, com paralelo rápido crescimento da população urbana (superior ao crescimento médio africano em 85/90 e muito superior ao crescimento da população urbana nos países em desenvolvimento). Claro que esta evolução aponta para fatores poderosos de repulsão da população dos meios rurais e correspondente atração dos meios urbanos, além da propensão emigratória.
Uma olhada pelos cenários do ano 2000 (Quadros II, III e IV) suscita os seguintes comentários:
- Assume-se que o êxodo rural é praticamente contido a partir da presente década, aumentando ligeiramente a população rural até ao fim do século.
- A população urbana continuará a aumentar de forma significativa, embora a ritmo inferior à média africana. Implicitamente, pois está admitida uma relativa melhoria das condições de vida da população rural, justificando o decréscimo da atração do meio urbano.
Referências:

MURTEIRA, Mário; ABREU, Armando Trigo. A agricultura no desenvolvimento sócio-economico de cabo verde.
Portugal, out. 1990.

ONU, Étude sur l’économie mondiale, ONU, 1990.

Um comentário:

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